Jogo: Cálculo Premiado

Ana Lúcia Hennemann
          Muitas vezes deixamos de realizar jogos na sala de aula por falta de tempo para 
elaboração de  materiais apropriados para tais atividades. Entretanto, o Jogo Cálculo Premiado
 é uma atividade que as crianças adoram e não necessita de materiais diferenciados para 
realizá-lo. Este  jogo aprendi com uma colega de trabalho, há muitos anos atrás, e utilizo
 nas mais variadas séries, claro que adaptando de acordo com o nível de entendimento dos 
alunos. Inicialmente os alunos recebem meia folha de ofício e a dobram de acordo com a quantidade de rodadas do jogo. No quadro, a professora coloca três colunas A, B e C e em cada uma delas
 há um cálculo.
           Os alunos deverão escolher uma das colunas e realizar o cálculo da mesma. Sendo
 que, anteriormente, se faz a combinação de que todos devem marcar na sua cartela qual 
a coluna que escolheram, pois valerá pontos para quem fizer o cálculo correto  e um 2º
 ponto para quem tiver sua coluna sorteada.
                   Quando todos tiverem realizado o cálculo, juntamente com os alunos, a 
professora faz a correção das três colunas, sendo que cada um marca 1 ponto se acertou o 
cálculo e em seguida se joga o dado para ver qual a coluna sorteada. Sendo que aqui, além dos
 3 lados do dado A, B e C, as crianças pediram para colocar mais 3 lados com outro sinal, 
onde se caísse esse sinal, todos os cálculos seriam sorteados.
           Obs. Na falta de dados, pode-se até utilizar qualquer outro recurso, tal como cartas
 com as letra A, B e C e alguém faz o sorteio das mesmas. E como já mencionei 
anteriormente, cada um pode adaptar conforme as habilidades e competências de seus 
alunos. O importante é Brincar, Jogar e Aprender.


Escrita espelhada, o que fazer?



    Quando as crianças iniciam a escrever suas primeiras palavras ou números, a sensação dos pais é indescritível. É um processo de autonomia, um ritual de passagem evidenciando uma nova etapa na vida da criança... É uma gracinha ver aquelas mãos tão delicadas iniciando seus traçados...
    Ao compor suas primeiras escritas elas mostram-se portadoras de inúmeras experiências, desejos, anseios e dinâmicas particulares de aprendizado. Vygotsky (1998) destaca que a escrita tem significado para as crianças, desperta nelas uma necessidade intrínseca e uma tarefa necessária e relevante para a vida.
      Entretanto, na medida em que esta escrita avança é comum que elas evidenciem letras ou números espelhados...algumas já estão lá por volta dos 7 anos e ainda mantém esta característica e por que será que fazem isso?

     Em primeiro lugar é importante ressaltar que espelhar letras e números é normal, pois a criança está em processo de construção da escrita. Para que ela tenha o entendimento, que nós adultos temos que a escrita inicia da esquerda para a direita (no caso da cultura ocidental), algumas noções anteriores ao papel devem ser bem trabalhadas. A aquisição da escrita é posterior à aquisição da linguagem e posterior a um nível específico de maturidade motora humana.
     Conforme Esteban Levin (2002: 161), o ato da escrita em si, não depende somente do ato biológico, mas de toda uma estrutura que provém do sistema nervoso central,
[...] o que escreve é um sujeito-criança, mas, para fazê-lo, necessita de sua mão, de sua orientação espacial (lateralidade), de um ritmo motor (relaxamento-contração), de sua postura (eixo postural), de sua tonicidade muscular (preensão fina e precisa) e de seu reconhecimento no referido ato (função imaginária).
     Conforme manual de neurologia infantil, autoria de Diament (2005), a partir dos 7 anos que a criança começa a consolidar a noção de direita e esquerda, bem como encontra-se em fase de maturação de áreas visoespaciais, portanto é perfeitamente normal ainda apresentar algumas trocas  na direção de suas escrita, pois estão em processo de aprendizagem, sistematizando suas hipóteses e consolidando noções importantes em aspectos neurobiológicos, porém, alguns alunos espelham palavras e frases inteiras, característica da disgrafia. No entanto, isso não significa que as crianças que espelham letras e números apresentem disgrafia, mas se no final deste ano, após todas as intervenções pedagógicas terem sido realizadas, visando a “escrita correta” das palavras, faz-se necessário uma avaliação mais detalhada.
       Dehaene (2012) nos mostra que a capacidade de reconhecer as figuras simétricas faz parte das competências essenciais do sistema visual, porque permite o reconhecimento dos objetos independentemente da sua orientação, por esse motivo  que quando uma criança aprende a ler tem que “desaprender” a generalização em espelho para que possa compreender a diferença entre as letras “b” e “d”.  A maioria das crianças passa por uma fase de escrita em espelho tendo geralmente ultrapassada esta dificuldade por volta dos 8 anos. Entretanto, cabe ressaltar que algumas das crianças que apresentam escrita espelhada são canhotas.
      A identificação de uma imagem na sua forma simétrica, confusão esquerda-direita, também é frequente, no nosso sistema visual (Dehaene 2007).
       No entanto, na sala de aula existem professores que consideram "errado" quando os alunos escrevem palavras ou números espelhados, por isso se faz necessário esclarecer que antes de considerar certo ou errado, faz-se necessário realizar atividades que propiciem a lateralidade. Com certeza, no processo de alfabetização, tanto pais, quanto professores, devem sempre questionar a criança sobre como poderia melhorar aquilo que fez, procurar fazê-la tomar conhecimento do que fez e como o fez, mas também como deveria fazê-lo. 
        Numa abordagem neurocientífica Guaresi (2009) enfatiza que:
A criança tem que manipular um repertório de  habilidades motoras finas e complexas concomitantes com dados sensoriais (conteúdo visual),  um processo que envolve muitas funções cerebrais, tais como atenção, memória, percepção  (integração e interpretação de dados sensoriais), entre outras. O processo de aprendizagem da  escrita envolve, entre outros aspectos, a integração viso-espacial, ou seja, visualizar o que está  sendo apresentado, localizar o lápis, acomodá-lo de forma satisfatória na mão, direcioná-lo ao  caderno e iniciar a sequência de movimentos numa tentativa de escrita. Com o tempo e o reforço das redes sinápticas correspondentes, este processo será automático, ou seja, não  precisará de monitoramento cerebral constante para execução da tarefa e a criança terá  condições de aumentar o nível de complexidade.

       Existem três domínios principais que precisam ser ensinados para que uma pessoa tenha autonomia no ato de escrever: o domínio linguístico, o domínio gráfico e o de conceitos de letra e texto. A escrita  como um sistema organizado manifesta nossa capacidade de simbolizar.  É complexo e sua aquisição demanda o domínio das várias dimensões que o compõe, por exemplo, além da segmentação, as crianças precisam adquirir no domínio gráfico, noções de esquerda para a direita, de cima para baixo.
          Portanto, a neuropsicopedagogia não lida apenas e diretamente com o problema de aprendizagem, mas com todos os processos metacognitivos que fazem com o ser humano venha a ter melhores condições de aprendizagem. Nesse sentido é importante lembrar que os alfabetos expostos em sala de aula, não deveriam ser em E.V.A, pois na maioria das vezes, apresentam somente a letra script maiúscula, sendo que no mundo letrado, não é somente este tipo de escrita que a criança encontra, muito menos deveriam conter formas de “bichinhos, bonequinhos”, pois isto também acarreta em confusão para aquela que se encontra em processo inicial do traçado das letras. Ela precisa visualizar a estética correta da escrita, e se possível que neste alfabeto seja sinalizado por setas indicando por onde começar esta escrita. A mesma sugestão é válida para o traçado de números. No entanto, antes de sistematizar a escrita “no papel”, diversas outras atividades envolvendo o corpo devem estar bem desenvolvidas, pois tudo que sentimos através do nosso corpo, torna-se mais significativo e é nesse sentido que seguem algumas sugestões de atividades:

Jogo de orientação espacial:
Dependendo da idade da criança, pode-se colocar uma fita no braço, ou perna sinalizando o lado direito (ou esquerdo). Coloca-se no chão algo delimitando o espaço, por exemplo 3 colchonetes. A criança fica posicionada no colchonete do meio, e o professor diz: direita (ele deve passar para o colchonete correspondente), esquerda ou meio. Também, após terem dominado estas noções,  pode ser colocado outros 3 colchonetes na frente da criança, sendo que outra participe da atividade, demonstrando que ao se posicionarem uma frente a outra, o ato de pular para a direita de uma, irá mostrar-se diferente do ato de pular para a direita de outra.

Atividades com balão:
Tentar manter o balão no ar, somente batendo nele com a mão direita, após somente com a mão esquerda.


Brincar de Robô:
Uma criança é o robô, e seu parceiro é o guia. Auxiliados pela professora, combinam sinais de movimentação do robô. Por exemplo, se o guia tocar o lado esquerdo da cabeça do robô, esse vira para a esquerda; se tocar o lado direito, vira à direita; se tocar o alto da cabeça, o robô abaixa, e assim por diante. Algum tempo depois, invertem-se os papéis, sendo que o guia vira robô, e o robô vira guia. Depois disso, a brincadeira é feita com deslocamentos. As duplas combinam os sinais de movimentação. Por exemplo, um toque na parte de trás da cabeça é sinal para o robô ir adiante; um toque nos ombros é sinal para que ele pare.

Brincar de espelho:
Inicialmente cada aluno faz as atividades sozinhos, ou seja, a professora diz, mostrar a mão direta, colocar o pé esquerdo ao lado da cadeira, colocar a mão esquerda no olho esquerdo, encostado no cotovelo direito  no joelho direito, e ir dizendo várias situações. Mas para brincar de espelho, cada um ficará de frente a um colega e deverá seguir as instruções dadas pela professora, porém localizando no outro.

Que letra é essa?
Nas costas do aluno o professor faz com o dedo uma letra e o mesmo deve dizer qual é.

Caminhar sobre as letras:
No chão, fazer o traçado de letras ou palavras e os alunos devem caminhar sobre as mesmas, seguindo a ordem que o traçado deve ser feito. 

Escrita com água:
Os alunos podem molhar o dedo na água e vir ao quadro passar o dedo sobre o traçado das palavras.

Escrita na areia:
No chão, escrever com o dedo, ou palito de picolé, o traçado de palavras.

Modelagem de palavras:
Usando argila ou massa de modelar, escrever palavras modelando letra por letra.

Referência Bibliográfica:
BOSSA, Nádia. Dificuldades de Aprendizagem: o que são e como tratá-las. Porto Alegre: ARTMED, 2000.
DEHAENE, Stanislas. Os Neurônios da Leitura: Como a ciência explica a nossa capacidade de ler. Porto Alegre: Penso, 2012.
DIAMENT, A. CYPEL,S. Neurologia Infantil, 2005, p. 78
GUARESI, Ronei. Etapas da aquisição da escrita e o papel do hipocampo na consolidação de
elementos declarativos complexos. Letrônica, Porto Alegre v.2, n.1, p. 189, jul. 2009.
LEVIN, Esteban.  A Infância em Cena. Petrópolis: Ed. Vozes, 2002- 
LIMA, Elvira Souza .Coleção Cotidiano na Sala de Aula. Ed Inter Alia, São Paulo


Semeie Sempre



No grande mundo de Deus, tu és um semeador. Tu és presença e pessoa. Junto aos homens não podes fugir à responsabilidade de semear.
Não digas: O solo é áspero. O sol queima.Chove demais. A semente não presta.
Tua função não é julgar a terra, o tempo, as coisas, os homens. Tua missão é semear.
A semente é abundante e germina facilmente: Um pensamento, um gesto, um sorriso, um aperto de mão, um conselho amigo. Um copo d’água.
Não semeies, porém descuidadamente, como quem cumpre uma tarefa. Semeia com interesse, com dedicação, com amor. Semeia com quem encontra nisso o motivo maior da sua felicidade.
Sem esperar recompensa, serás recompensado. Semeia, pois: no Reino, dar é receber; gastar a vida servindo é crescer e transformar. Por isso, semeia sempre, em todo terreno, em todo tempo, a boa semente, com amor e com carinho como se estivesse dando o próprio coração.
Sai semeador. Parte. Levas as sementes e a esperança. Não esqueças de voltar depois de regar. O Pai  fará crescer e tornar-se fruto a semente que ele te confiou. A ti te cabe partilhar, semeando e regando.
Senhores pais, as sementes que Deus lhes confiou são seus filhos. Ser fruto amanhã dependerá de como cuidou e regou esta semente.


Casa e Lar


Casa é uma construção de cimento e tijolos.Lar é uma construção de valores e princípios.Casa é o nosso abrigo das chuvas, do calor, do frio.Lar é o abrigo do medo, da dor e da solidão.Casa é o lugar onde as pessoas entram para dormir, usar o banheiro, comer. Onde temos pressa para sair e retardamos a hora de voltar.O lar é o lugar onde os membros da família anseiam por estar nele, onde refazem suas energias, alimentam-se de afeto e encontram o conforto do acolhimento. É onde temos pressa de chegar e retardamos a hora de sair.Numa casa criamos e alimentamos problemas.O lar é o centro de resolução de problemas.Numa casa moram pessoas que mal se cumprimentam e se suportam.Num lar vivem companheiros que, mesmo na divergência, se apóiam e nas lutas se solidarizam.Casa é local de discussões, conflitos, discórdia.No lar as discussões, os conflitos, existindo, servirão para esclarecer e engrandecer.Numa casa desdenha-se dos nossos valores.No lar sonhamos juntos.Numa casa há azedume e destrato.Num lar sempre há lugar para a alegria.Numa casa nascem muitas lágrimas.Num lar plantam-se sorrisos.A casa é um nó que oprime, sufoca.O lar é um ninho que aconchega.Se você ainda mora em uma casa, nós o convidamos a transformá-la, com urgência, em um lar e que Deus seja sempre o seu convidado especial.


Autor Desconhecido