O que fazer quando seu filho fala um palavrão


Palavras que eram consideradas palavras pesadas, sujas ou vulgares, parecem já terem sido embutidas na cultura brasileira, o que não faz do uso das mesmas, obrigatório, ou aceitável.

Se observarmos os filmes, novelas, conversas na escola, no trabalho, o linguajar das pessoas, comparado a nossa época parece que piorou muito. Hoje em dia adolescentes chegam a usar palavrões em seu palavreado, tentando se parecerem com os adultos. Muitos adultos falam palavrões e consideram certas palavras normais de serem ditas em seu vocabulário.

Exemplos dos adultos
Filhos pequenos são como gravadores, repetem o que escutam, e todo cuidado é pouco, pois eles podem repetir a palavra suja na frente de pessoas que podem não entender como ele sabe daquilo. Já ouviram aquela história da professora perguntando ao Joãozinho, "Onde você ouviu isso?", e ele responde, "Ah tia, meu pai fala toda hora!"? Então, tome cuidado para não ensinar algo que não deseja que ele repita. O mesmo serve nas conversações entre adultos, principalmente na hora das confusões... O importante é não rir, e deixar claro que dizer algumas palavras não é educado ou correto. Se caso você distraidamente disser uma palavra suja na frente de seu filho, corrija-se e peça desculpas. Dizer algo como "Eu não deveria ter perdido a paciência e dito o que disse, porque não foi respeitoso", é bem melhor que não dizer nada e punir a criança quando ela repetir. Tome muito cuidado e pense antes de falar.

Palavrões x gírias
Há palavrões e há gírias. Hoje em dia, muitas gírias são derivadas de palavrões, e precisa-se tomar cuidado dobrado com elas. Às vezes também, eles podem achar que uma gíria comum é um palavrão. Um dia, a criança pode chegar da escola e dizer que alguém lhe disse um palavrão. Peça a ela que repita, se não for um palavrão, explique a ela que não é um palavrão, mas que pode ou não ser configurada como um xingamento.

Reação dos pais
Não brigue com a criança. Principalmente crianças pequenas que acham certas palavras até engraçadas sem saberem exatamente o que as mesmas significam. Explique a ela o fato de que é uma palavra feia, e que será inaceitável, que a família fez a escolha de não usar palavras desse tipo, e crie uma regra de não repetir a mesma palavra, com consequência proporcional. O mesmo se aplica para outras palavras que ela venha a ouvir. Na minha época, meus avós e meus pais costumavam lavar nossa boca com sabão, o que surtia o maior efeito! A ordem é não estimular à criação do hábito.

Dê uma alternativa
Se seu filho quer desabafar depois de uma frustração verbalmente, o que nós também fazemos, e muitas vezes é menos ruim que descontar a raiva fisicamente batendo no irmão mais novo por exemplo, dê-lhe algumas palavras que são aceitáveis em sua casa e não se configuram como palavrões, como alguma palavra engraçada, tipomarmeladabarbaridade, paralelepípedo. Também não aceite palavras usando o nome de Deus em vão, ou qualquer forma de expressão religiosa, o que soa muito desrespeitoso em relação as outras pessoas.

Conversação saudável
Estabeleça uma conversa saudável entre os adultos da casa, sem acusações e julgamentos, bem como uso de palavras gentis e aceitáveis. Preste atenção se o fato de seu filho falar palavrões com frequência não configura um sintoma de algum problema mais profundo, rebelião ou frustração.
Normalmente a fase dos palavrões passa quando os filhos crescem e vão aprendendo paulatinamente coisas melhores e mais produtivas, assim não mais será necessário o uso do sabão para esse fim.