A antiga babá eletrônica
(TV) foi trocada por tablets e smartphones. Vemos bebês usando gadgets e
apps antes mesmo de aprenderem a falar
Mesmo o mais futurista dos desenhos animados
dos anos 60 como os Jetsons, não poderia imaginar que as crianças pós
anos 2000 teriam tanto contato com tal avanço tecnológico fazendo o
papel de babás, já que a deles era um robô interativo com muita
personalidade.
Vemos bebês assistindo seus desenhos favoritos em
tablets e smartphones. Minha sobrinha neta de 3 anos grava vídeos e até
faz tutoriais sobre massinhas de modelar. É realmente encantador. Mas,
será que esse contato cotidiano com a tecnologia não tem efeito
colateral em suas mentes e corpos?
Os riscos
Os
doutores Jay Watts, psicólogo clínico e Richard Graham, psiquiatra e
consultor de adolescentes sediados em Londres, creem que esse contato
excessivo pode ter efeitos danosos sobre o cérebro das crianças e
adolescentes. Segundo eles, o excesso de tecnologia leva a uma
dependência que por sua vez pode afetar padrões de comportamento e de
sono de uma criança.
Aliado a isso, uma organização
norte-americana sem fins lucrativos, a Arbor-based Ecology Center,
realizou um estudo e concluiu que todos os telefones móveis têm pelo
menos uma substância nociva ao corpo inclusive metais pesados como
cádmio e chumbo, entre outros, o que vem mudando conforme a pesquisa.
Já
pesquisas realizadas pelo InterphoneStudy Group em parceria com a
Agência Internacional de pesquisa do Câncer, afirma ter dados
suficientes para classificar o campo magnético dos eletrônicos,
especialmente o celular, como potencialmente carcinogênico para o ser
humano e ainda mais perigoso em crianças devido à menor massa corporal.
Segundo a OMS, devido a isso, a radiação absorvida pelo corpo pode
causar efeitos muito mais sérios, tais como problemas de aprendizado,
distúrbios comportamentais, comprometimento do sistema imunológico e
câncer. Além desses há o problema emocional relacionado, como a
dependência. Por isso é bom saber se:
O seu filho é viciado em tecnologia?
É
bom manter as crianças longe da tecnologia periodicamente. Atividades
ao ar livre e brincadeiras sem tecnologia devem fazer parte do cotidiano
das crianças. Caso haja resistência é possível que seu filho esteja
viciado em tecnologia. Segundo os doutores Watts e Graham, os seguintes
sinais são evidências da dependência:
1. Falta de interesse por outras atividades
Seu
filho apresenta relutância em deixar os eletrônicos seja para ir ao
cinema ou brincar no quintal? Aquilo que era divertido antes agora
parece entediante? Alguma falta de interesse pode acontecer, mas o sinal
de alerta é a contínua falta de interesse e de atenção a outras
atividades, inclusive na escola.
2. Só ter como assunto ou interesse a tecnologia
Se
seus filhos só conversam sobre os videogames ou seus assuntos estão
sempre voltados aos dispositivos eletrônicos pode ser um sinal de vício.
O Dr. Graham pede atenção aos seguintes sinais: checar insistentemente o
telefone e desejo insistente de retornar às atividades eletrônicas.
3. Mudanças de humor e inclinação a discussões
Qualquer
menção ao excesso de tecnologia deles é mal recebida. Acusam os pais e
outros de implicância e tendem a discutir ou tornarem-se emocionalmente
instáveis. Tendem a não aceitar limites ou tentar burlá-los. No entanto,
segundo o Dr. Watts, as regras têm que ser impostas, tais como: Nada de
celular à mesa ou na hora de dormir.
4. Sintomas de privação
A
criança se apresenta estressada, agitada, ansiosa ou mesmo zangada
quando longe dos eletrônicos, mas se acalma tão logo retorna a eles.
5. Uso em segredo
O
Dr. Graham adverte os pais: seu filho irá tentar o máximo que puder
esconder o uso dos aparelhos à medida que forem questionados sobre o
uso, mantendo-o em segredo. Enquanto o desejo de um espaço pessoal para o
uso é normal, esconder as atividades e mentir a respeito ou usá-los na
cama sem seu conhecimento, pode indicar vício.
O que fazer?
Os
especialistas aconselham aos pais que ao desconfiarem de que seus
filhos estão propensos, ou em pleno vício, a fazerem um "detox" de no
mínimo 72 horas sem eletrônicos para seus filhos. Estabelecer horários
para o uso dos dispositivos e intercalar com outras atividades, tais
como brincar com outras crianças, passeios em parques, esportes e outras
atividades físicas.
Para os adolescentes, diálogo e metas. Se
houver dificuldades para estabelecer os limites, se seus filhos estão
chorando ou brigando sobre isso, procure ajuda médica.