Como definir limites com o seu adolescente

Definir limites e estabelecer regras para o filho adolescente é um ato de amor que será muito importante para a sua realização na vida adulta.
Suely Buriasco

É importante pensar sobre a relação da adolescência com os limites, afinal essa fase compreendida entre a infância e a vida adulta é conhecida pelo destaque da desobediência às regras. Assim, observar alguns elementos pode ajudar os pais na difícil tarefa de definir e impor limites ao adolescente:

Não se desespere

É importante que os pais reconheçam que até certo ponto é normal no adolescente ser arredio e buscar infringir regras. Faz parte da descoberta do mundo testarem os limites e questionarem situações, até para saberem na prática como as coisas funcionam. A noção desses pontos divisórios demonstrando até onde se pode ir será fundamental na vida adulta. É importante conhecer reações normais dessa fase para não se estressar e evitar conflitos desnecessários.

Atribua regras claras

Sabendo que os adolescentes tendem a ser arredios às regras, o próximo passo é estabelecer e manter normas claras que não deixem qualquer dúvida em sua execução. Tenha a certeza que a sua persistência será testada continuamente e se você ceder perderá o controle. O adolescente precisa entender que quando os pais dizem não é não mesmo; por mais que ele reclame precisa sofrer as consequências sempre que desobedecer. Não se preocupe; a disciplina provoca sensação de segurança no adolescente; educar é um ato de amor. Segundo o psiquiatra Içami Tiba: “Quem ama, educa”.

Ênfase no diálogo

Não espere facilidades na relação com um adolescente, mas também não há por que complicar ainda mais. O melhor mesmo é não se exasperar e agir sempre com equilíbrio; diante de atitudes que irritam muito você, não revide e, de preferência, nem responda. O momento propício para o diálogo é quando a calma impera, então promova uma conversa amorosa com seu filho. Fale com clareza e ouça com compreensão; mantenha a atenção para não se envolver nas distorções que ele possa tentar fazer com suas palavras; seja atencioso e assertivo. Deixe claro que mesmo que ele não entenda assim, você está buscando fazer o melhor que pode porque o ama e quer que ele fique bem.

Peça desculpas

Pais não são infalíveis e filhos adolescentes sabem muito bem disso, assim se você considerar que errou em alguma medida, atitude ou palavra, reconheça e peça desculpas. Ao contrário do que muitos pais pensam, reconhecer um erro é um ato de coragem que provoca a admiração dos filhos e acrescenta autoridade na relação. Pedir desculpas, sendo uma atitude ética, é ainda um ótimo exemplo para o filho.

Elogie

Busque que seu filho compreenda que se ele tem deveres, tem também direitos; deixe isso muito claro e, preferencialmente, nomeie essas prerrogativas. Enalteça as boas qualidades de seu filho; comumente adolescentes passam por uma fase de baixa autoestima, ajude-o a elevar os conceitos que tem de si mesmo. E não se esqueça de elogiar sempre que ele aceitar e compreender os limites e regras estabelecidos

Como ajudar um adolescente com depressão

  • A adolescência é uma das fases mais conturbadas da vida, já que é um período de transição social, biológica e psicológica muito acelerado. Por conta de tantas transformações, é comum a incidência de depressão na adolescência, uma fase de muitas mudanças e cobranças. Quem nunca se deparou com um adolescente cheio de manias ou com personalidade difícil? É comum encontrar jovens com idades entre 12 e 19 anos que são anti-sociais, antipáticos ou explosivos. Tudo isso pode fazer parte dessa fase de transição e da busca pela identidade.
  •  

  • A depressão na adolescência

    Algumas atitudes “chatas” são normais e fazem parte dessas transformações. Mas a depressão é muito mais severa e não pode jamais ser considerada normal, embora seja cada vez mais comum.
    Conforme explica a autora deste artigo, “no decorrer do desenvolvimento da adolescência, os jovens se deparam com grandes mudanças e pressões sociais, ocasionando o desenvolvimento de mudanças de humor e até de seu próprio comportamento, sendo que os mais sensíveis e sentimentais desenvolvem quadros com sintomas mais fracos e sintomas de descontentamento, confusão, solidão, incompreensão e atitudes de rebeldia. Nesta fase, pode-se diagnosticar a depressão, mesmo que o sintoma de tristeza não seja tão aparente”.
    Alguns dos sintomas mais comuns de depressão na adolescência, segundo a mesma autora, são:
    • O adolescente se envolve em situações perigosas e arriscadas.
    • Geralmente tem dificuldade em se relacionar e mostrar seus sentimentos.
    • Também pode demonstrar muita ansiedade.
    • Muitos adolescentes passam pela fase de rebeldia, e alguns sentem desejo de fazer uso de drogas, ficam violentos e até mesmo fogem de casa.
  •  

  • A reação dos adultos

    É comum que os adultos não compreendam as confusões da adolescência, porque já se esqueceram dos sentimentos que eles próprios tiveram nessa fase. Por isso, tendem a repreender e cobrar atitudes adultas dos jovens. Embora a maioria dos adolescentes realmente tenha atitudes desagradáveis, é de extrema importância que os pais e todas as outras pessoas procurem respeitar as transições dos jovens, e principalmente, fiquem informados sobre os sintomas da depressão na adolescência, que muitas vezes não se mostra tão clara quanto em outras fases da vida. Muitos sintomas podem ser confundidos com desejo proposital de desobediência e rebeldia.
  •  

  • Ajudando o adolescente com depressão

    O primeiro passo para a cura da depressão é buscar um diagnóstico completo para descobrir se o adolescente está mesmo com depressão, ou se suas atitudes são derivadas de outros problemas, culminando com comportamentos naturais da adolescência.
    Se diagnosticada a doença, é necessária muita compreensão, especialmente dos pais, que devem evitar cobranças e severidade. Este artigo, que foi a principal fonte para a realização deste texto, explica que o tratamento da depressão, com profissionais da saúde, ou seja, médicos e psicólogos, deve ser feito de forma profunda e completa para que a doença não retorne, e muito menos se agrave. É importante que um tratamento de manutenção seja feito depois que o adolescente já se tornou adulto.
    Esta apresentação aponta que a depressão não tratada é um dos principais fatores que levam ao suicídio, especialmente na adolescência. Por isso, é essencial que os pais fiquem atentos e procurem dar atenção aos filhos, e façam atividades recreativas, além de manter muito diálogo com eles.
    Como quase todas as doenças, a depressão tem cura, mas é preciso que o doente e os acompanhantes tenham muita força de vontade e façam de forma correta e rigorosa os tratamentos indicados.
  •  
  • Marcia Denardi

    Adolescência, uma fase de mudanças nos filhos e de grande desafio para os pais





    Que pai ou mãe não se chateia com as atitudes de seus filhos adolescentes? E que adolescente não se chateia com os seus pais, que parecem viver tão fora de época? Quem está certo nessa disputa, os pais ou os adolescentes?
  •  

  • Entendendo a adolescência

    Segundo a Organização Mundial da Saúde, a adolescência se situa entre os 10 e 20 anos de idade. É um período onde os jovens experimentam grandes mudanças internas e externas. Muda o corpo, muda a mente, muda o metabolismo. O site Mundo Estranho diz que "Os pais perdem a característica de benfeitores e viram educadores, fontes de ordens, tarefas e exigências... O adolescente também passa a enxergar as imperfeições dos pais... A ação dos hormônios se altera completamente... Tudo isso acarreta (nos adolescentes) novas emoções, percepções e reflexões".
    O site Portal Educação diz que "Na adolescência, a dinâmica familiar começa a mudar, pois os jovens começam a ter vontade própria e mais recursos pessoais para executá-la... O Adolescente passa a questionar as normas dentro de sua casa, tenta escolher seu próprio caminho, estabelece vínculos com pessoas que não são da família, e não aceita o que os pais julgam ser o melhor para eles".
  •  

  • A idade da "Aborrescência"

    Os pais, que podem ter sido excelentes pais para os filhos durante a infância, começam a ter dificuldades para entender as atitudes dos filhos. Não é à toa que muitos deles se refiram à adolescência como a fase da "aborrescência". E pensando bem, é verdade mesmo que os pais e os adolescentes se aborreçam uns com os outros muitas vezes.
    Pais que não percebem os conflitos internos e externos pelos quais os filhos estão passando, talvez não consigam aceitar as atitudes dos filhos e os conflitos serão inevitáveis. Aí é que devem entrar a maturidade dos pais, o afeto, a paciência e a compreensão deles, para que possam estar sempre disponíveis para ajudar os filhos, sempre que forem solicitados. Tentar impor as coisas aos adolescentes de forma exagerada pode causar o afastamento deles, e em vez de ajudá-los, os pais podem afastá-los para longe. O Portal da Educação explica: "Isso não significa que o pai tenha que ficar imóvel quando o filho (tomar) decisões que poderão colocar em risco sua própria integridade física, moral ou psicológica. A forma como o pai irá intervir nessa situação é que faz grande diferença".
  •  

  • Tratar os filhos de forma igual é bom?

    Muitos pais, algumas vezes, se preocupam em ser "neutros", e tratar os filhos de forma igual. Isso pode ser um erro, porque cada filho é diferente do outro e tem necessidades diferentes. Por isso, cada filho deve ter uma educação "sob medida", embora os pais devam ter amor de forma igual por todos eles. O que funciona com um filho, pode não funcionar com outro. Isso não é incompetência dos pais, nem "problema" com os filhos, mas sim, a manifestação pura e simples da individualidade humana.
    Tratar os adolescentes como crianças também irá deixá-los muito irritados. Eles estão sendo impelidos pela natureza a se tornarem independentes: seus corpos estão em mudança constante, adaptando-os para a vida adulta. Os hormônios os alteram internamente, o rapaz está se tornando um homem e a menina, uma mulher. Os pais precisam de sabedoria para entender e ajudar os adolescentes nessa difícil transição. Precisam estar perto deles, mas não tão perto que eles se sintam superprotegidos ou asfixiados, enquanto buscam seu lugar na vida adulta.
  •  

  • "Os pais criam os filhos para o mundo"

    Essa frase é conhecida, e assim deve ser mesmo! Pais e mães que tentam manter os filhos sob suas asas por tempo demais não estão tornando seus filhos preparados para enfrentar a realidade e correm o risco de torná-los dependentes e inseguros. Existe até uma síndrome, chamada de Síndrome do Ninho Vazio, que acomete as mães, principalmente, porque elas se sentem "abandonadas" pelos filhos que partem para criar suas próprias famílias. Tais mães têm dificuldades para aceitar a separação e sofrem muito com isso, precisando até, dependendo do caso, ter de buscar ajuda com terapia para enfrentar tal situação. O que é absolutamente normal na maioria das famílias, isto é, os filhos crescerem, se apaixonarem e se casarem, saindo da casa dos pais, o que pode ser traumático para alguns pais (principalmente para algumas mães).
  •  

  • Depressão na adolescência

    Alguns adolescentes podem ter problemas além do normal enquanto se adaptam à vida adulta. Não é incomum o caso de adolescentes precisarem de ajuda, por isso os pais devem estar atentos em mudanças muito grandes no comportamento de seus filhos. A depressão é uma das coisas que podem causar muito sofrimento: "O adolescente se envolve em situações perigosas e arriscadas. Geralmente tem dificuldade em se relacionar e mostrar seus sentimentos. Também pode demonstrar muita ansiedade. Muitos adolescentes passam pela fase de rebeldia, e alguns sentem desejo de fazer uso de drogas, ficam violentos e até mesmo fogem de casa"
  •  
  • Luiz Higino

    Cama compartilhada... é bom?



    Quando eu era criança, podia dormir na cama dos meus pais sempre que ficava doente. Adorava o aconchego, o carinho e todos os mimos. Gostava de saber que se eu acordasse no meio da noite, não precisaria ter que chamá-los, não precisaria sentir o medo da solidão do meu quarto. Era gostoso. Posso até dizer que chegava a ser terapêutico. Mas, será que é mesmo certo colocar um filho para dormir na cama ou no mesmo quarto que seus pais todas as noites?
    Na minha época não havia resposta para esta pergunta. Hoje, há discussões acadêmicas que mostram que o co-sleeping (dividir o quarto, um sofá ou poltrona de amamentação com o filho durante a noite, constantemente) e o bed sharing (dividir a cama com a criança) são movimentos que vêm ganhando adeptos nas últimas duas décadas entre famílias que não têm problemas de falta de espaço, mas que o fazem por outros motivos.
    Dentre elas, há as que acham que o co-sleeping facilita o processo de amamentação noturna e o cuidado com o bebê, já que ele está próximo e pode ser observado durante toda a noite. Outros pais e mães dividem o colchão com seus filhos na tentativa de suprir a falta do outro cônjuge, quando se trata de uma família desfeita. Há também os casos em que os pais se sentem culpados por trabalhar o dia todo e não terem tanto tempo quanto gostariam para seus filhos. Existem também as famílias que planejam a realização desse procedimento por acreditarem que seus filhos ficarão emocionalmente mais seguros com isso.
    Seja qual for o motivo, não há consenso entre os especialistas sobre se tais práticas seriam ou não benéficas; e isso se dá por falta de dados, já que se trata de algo relativamente novo enquanto movimento de massa.
    Um estudo da Universidade de Notre Dame, em Indiana (EUA), por exemplo, concluiu que o risco de morte súbita dos bebês poderia diminuir se estes dormirem mais próximos das mães, desde que na posição adequada e longe da fumaça do cigarro.
    Estes pesquisadores também afirmam que as crianças que têm costume de dormir com seus pais são menos medrosas e mais fáceis de lidar do que aquelas às quais isso nunca foi permitido. Contudo, eles fazem um alerta importante: co-sleepinge bed sharing só devem ser realizados se houver segurança para tal, ou seja, os pais jamais devem dormir com o filho sob influência de drogas ou álcool ou mesmo se são fumantes.
    Esse alerta é uníssono entre os estudiosos da área, mesmo que discordem dos benefícios trazidos pelas práticas, como é o caso de pesquisadores da Nova Zelândia, que publicaram um estudo cuja estatística demonstra que o ato de dormir com o bebê não diminui, mas sim aumenta a incidência de morte súbita, em especial - mas não somente - nos casos de mães fumantes, devido à inalação da fumaça.
    Assim, se sua decisão for dividir o mesmo cômodo ou cama com seu filho, consulte seu pediatra e tenha em mente que há riscos e benefícios. Além disso, se você é fumante, faz uso de drogas ou álcool, talvez seja melhor repensar sua decisão

    Fernanda Trida

    9 dicas que vão te ajudar a cozinhar com os filhos




    Especialistas deixam claro que filhos se alimentam melhor quando participam do preparo da refeição. É óbvio que para isso seus pais devem preparar alimentos saudáveis utilizando produtos frescos e da estação.
    O aprendizado das crianças é muito rápido e estar na cozinha junto aos pais será algo que além de prazeroso, fortalecerá o vínculo familiar. Com esta prática, todos só têm a ganhar.


    Algumas dicas para que a empreitada seja um sucesso:

    Cuidados com o local
    É importante que a criança esteja em um local que não ofereça riscos, longe do calor, facas e outros utensílios perigosos. Se ela precisar subir em algo para fazer suas tarefas, deve ser firme e resistente a fim de evitar qualquer tipo de acidente que poderá machucar e prejudicar o interesse.
     

    Proporcionar tarefas possíveis
    Para a criança começar a colocar a mão na massa é necessário passar tarefas simples, mas que sejam perfeitamente possíveis de serem realizadas. Vai depender do tamanho e maturidade da criança. Alguns exemplos são: separar os alimentos que serão utilizados, lavar os mesmos, medir ingredientes ou pegar utensílios. Sempre respeitando o potencial dela.
     
     
    Resolver juntos o cardápio
    Sim, eles vão querer batatas fritas todos os dias e nada de brócolis (com raras exceções). Por isso, preparar um cardápio balanceado, explicando a importância de conter todos os tipos de alimentos necessários ao organismo, falando sobre as cores e produtos da estação, fará com que eles comecem desde cedo a entender a importância de uma alimentação equilibrada e de balancear as opções. Ideias podem ser retiradas de livros de receitas e da internet. Eles vão adorar!
     
    Elogiar
    Tudo que as pessoas começam a fazer causa uma certa ansiedade. Elogiar o pequeno, mesmo que meio desajeitado, dizer que está ajudando muito, comentar o quanto é importante para os pais que ele esteja junto trabalhando para a refeição, será excelente para seu desenvolvimento e gosto por estas tarefas.
     
    Limpeza
    Ela também faz parte do preparo dos alimentos. Enquanto vai cozinhando ou ao final, incentivar a criança a ajudar na limpeza e desinfecção do ambiente é um ótimo aprendizado. Ela pode enxugar a louça, ou até lavar, dependendo da idade, descartar embalagens e cascas, trocar a sacola do lixo, enfim, há bastante opções.
     
    Família unida
    As tarefas ficam mais divertidas quando há muitas pessoas envolvidas. Se a família tiver muitos filhos, designar tarefas a cada um deles é interessante, e da próxima vez elas serão trocadas para que todos possam aprender todas as coisas. Se a criança não tem irmãos, aproveitar um dia com primos ou amigos e preparar uma refeição ou mesmo um bolo será muito divertido e educativo.
     
    Contação de histórias
    Isso mesmo, não é um tópico errado no artigo. A maioria dos preparos exige um tempo de espera, e o que fazer enquanto isso? Os pais podem contar sobre como surgiram os legumes, cereais, carnes, frutas, temperos, qual o nome da árvore ou país de origem, curiosidades e histórias familiares. Se não souberem, podem pesquisar juntos enquanto esperam.
     
    Levar os pequenos às compras
    Antes de sair de casa é importante explicar que ele irá ajudar a comprar o que realmente é necessário para o preparo das refeições de acordo com o cardápio que prepararam juntos. Assim, a ida ao supermercado deixa de ser um passeio onde ele pode ficar pedindo tudo o que tem vontade e se torna uma ótima lição de responsabilidade e aprendizado sobre diversos alimentos, especialmente aqueles que a criança não conhece por não ser hábito familiar. Pais podem se preparar para muitas perguntas e não precisam ter medo de responder que não conhecem aquele alimento, mas que eles podem pesquisar a respeito juntos quando chegarem em casa ou perguntar a respeito para um funcionário ali mesmo.
     
    Não deixar o filho sozinho na cozinha
    Muitas crianças acreditam que podem fazer o que seus pais fazem, e caso os responsáveis deixem o ambiente para atender ao telefone por exemplo, eles podem querer mexer o alimento na panela e correr riscos desnecessários. Se precisar sair, melhor levar o filho consigo ou permanecer o tempo todo ali com eles.
     
    Momentos inesquecíveis de aprendizado familiar serão proporcionados com estas experiências únicas entre pais e filhos.

    Michele Coronetti

    A importancia de uma mãe

    "Educa a criança no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele" (Provérbios 22:6). Concorda com esse provérbio? E na sua opinião, qual é a melhor educação?

    Você já ouviu a citação “a mão que balança o berço é a mão que governa o mundo” (William R. Wallace)? Essa se tornou uma frase de muito impacto e inspiração em minha vida, e por sorte a ouvi pela primeira vez antes de me tornar mãe.

    Segundo este artigo, desde os primeiros momentos de vida, a criança é influenciada, na maioria das vezes, pela mãe. A partir daí, a criança já começa a formar sua personalidade e seu comportamento, e o seu destino começa a ser traçado.

    O poder da influência feminina
    Tomando como base o fato de que a mão que balança o berço é a mesma que governa o mundo, é importante frisar que as mães têm um papel fundamental para o futuro de uma criança, e em maior extensão, de toda uma sociedade. Claro que os pais têm valor e tanto poder quanto responsabilidades equivalentes aos das mães na educação dos filhos. No entanto, a mulher, por natureza, traz consigo “para o mundo uma virtude específica, uma dádiva divina que as torna peritas em instilar qualidades como a fé, a coragem, a empatia e o refinamento nos relacionamentos e nas culturas” (D. Todd Christofferson).

    Acredite! Os filhos que têm como base os ensinamentos e o bom exemplo de uma mãe dedicada e virtuosa crescem com força, coragem, convicção, um bom direcionamento, aprendem a discernir o certo do errado, a ter confiança e a fazer boas escolhas.

    A educação e a atual realidade
    Existe uma preocupante polêmica relacionada a algumas condutas evidentes na sociedade recentemente. A que você atribui, por exemplo, a violência, o grande número de pessoas com depressão, o aumento do uso desenfreado de drogas por adolescentes, a banalização sexual e o comportamento imoral tanto de jovens quanto de adultos? Deixe-me citar algumas observações:
    Um diretor de escola, cuja identidade prefiro não revelar, relatou-me recentemente que muitos jovens estão procurando o conselho escolar para desabafar, porque os pais, e especialmente as mães, estão inacessíveis, seja por ausência, pela impaciência, pela falta de interesse. Antigamente, as crianças morriam de medo de entrar na sala da diretoria. Hoje, muitas delas, veem o(a) diretor(a) como conselheiro(a), já que não podem contar com aqueles que deveriam estar sempre de braços abertos para oferecer conselhos e ensinar.
    O número de mães que colocam a carreira acima da educação dos filhos têm crescido muito nos últimos anos, o que prejudica a interação mãe e filho e o afeto entre eles.
    A pressão da mídia, especialmente programas de televisão e o mau uso da internet, e também da própria sociedade tem feito com que os jovens tenham contato com a sexualidade cada vez mais cedo, o que tem aumentado a imoralidade, o número de jovens despreparadas se tornando mães e, o pior, o de abortos.
    A falta de limite e o desinteresse em ensinar por parte dos pais estão fazendo com que muitas crianças cresçam sem uma base, e por isso busquem fora do lar modelos de conduta para seguir, os quais, na maioria das vezes, podem devastar o futuro.
    O fim da inocência
    É lamentável saber que as crianças de hoje estão tendo contato tão cedo com a sexualidade, perdendo a pureza. Algumas pessoas não sabem, mas uma criança que tem problemas relacionados à sexualidade, na grande maioria dos casos, terá sequelas por toda a vida. Pode parecer exagero, mas o simples contato visual com a pornografia pode desencadear problemas sérios em adultos, imagine em uma criança.

    Muitos jovens crescem sem dar o devido valor para o recato, para a pureza sexual e para o real significado das relações entre homem e mulher dentro dos laços matrimônio porque, na infância, não foram ensinados sobre os limites dessas relações. O problema é que hoje virou moda a total liberação sexual, tanto por parte de homens quanto de mulheres, e cada vez mais cedo os jovens são pressionados a estarem por dentro das tendências. E dessa forma, cedem às pressões e perdem a inocência.

    D. Todd Christofferson, que serve como autoridade eclesiástica, disse: “As atitudes em relação à sexualidade humana ameaçam a autoridade moral das mulheres em várias frentes de batalha. O aborto por conveniência pessoal ou social ataca o cerne dos mais sagrados poderes da mulher e destrói sua autoridade moral. O mesmo se dá com a imoralidade sexual e com roupas reveladoras que não só degradam as mulheres como também reforçam a mentira de que a sexualidade de uma mulher é o que define seu valor”.

    A criação da vida é uma das mais sagradas responsabilidades das mulheres. Uma mãe que se preocupa em ensinar seus filhos sobre a importância da castidade antes do casamento e total fidelidade dentro dos laços do matrimônio pode estar por fora do estilo da maioria, mas certamente vai levá-los a ter uma vida familiar mais feliz e bênçãos eternas. Ainda citando Christofferson, “uma mãe pode exercer uma influência que nenhuma outra pessoa em nenhum relacionamento pode igualar. Pelo poder de seu exemplo e de seus ensinamentos, seus filhos aprendem a respeitar as mulheres e a incorporar disciplina e elevados padrões morais na própria vida. Suas filhas aprendem a cultivar a própria virtude e a defender o que é certo, vez após vez, mesmo que isso não seja popular. O amor e as elevadas expectativas de uma mãe levam os filhos a agir com responsabilidade e sem desculpas, a levar a sério a formação educacional e o desenvolvimento pessoal, e a fazer contribuições contínuas para o bem-estar de todos a seu redor".

    Uma mãe que segue os padrões de Deus
    Ao ensinar os filhos, as mães não devem pensar nos padrões do mundo, que são cada vez mais degradantes. Elas devem, sim, seguir os padrões de Deus, que são eternos, não se modificam, prevalecerão no fim e dão garantia de uma vida limpa, com virtude e feliz, mesmo que sejam contrários a todas as opiniões humanas.