Uma visão rápida dos três estágios
1. O primeiro estágio vai do nascimento aos seis anos - período em que o menino pertence principalmente à mãe. Ele é o menino "dela", embora o pai possa exercer um papel muito importante. Durante esse estágio, a meta deve ser dar amor e segurança, e fazer com que a "ligação" do menino à vida seja uma experiência calorosa e acolhedora.
2. O segundo estágio inclui o período que vai dos seis aos catorze anos - quando o menino, num impulso que vem de dentro, começa a querer aprender a ser homem, e se volta cada vez mais para o pai, com quem procura partilhar interesses e atividades, embora a mãe continue muito envolvida e o mundo exterior também exerça atração. 0 objetivo desse estágio é criar competência e habilidade, desenvolvendo ao mesmo tempo afabilidade e bom humor para que ele se torne uma pessoa equilibrada. Esta é a idade em que o menino se sente seguro e feliz com sua masculinidade.
3. Finalmente, dos catorze anos à idade adulta - é o estágio em que o menino precisa de informação de mentores do sexo masculino para completar a jornada rumo à idade adulta. Mamãe e papai ficam um pouco de lado, mas devem cuidar para que bons mentores façam parte da vida de seu filho, senão, ele vai ter que contar com colegas despreparados para construir sua individualidade. 0 objetivo é adquirir habilidades, desenvolver responsabilidade e respeito próprio, fazendo parte, cada vez mais, a comunidade adulta.
Note bem: Esses estágios não indicam uma mudança brusca da figura da mãe para a figura do pai. A melhor situação é aquela em que pai e mãe se envolvem durante toda a infância e a adolescência. Os estágios indicam mudança na ênfase: o pai fica mais em evidência dos seis anos treze, e a importância dos mentores aumenta dos catorze em diante. Os pais devem sempre investigar a integridade dos mentores, procurar saber se são dignos de confiança.
Os três estágios nos mostram muito sobre o que fazer. Por exemplo: fica claro que os pais de meninos de seis a catorze anos não podem ser workaholics sempre ocupados com o trabalho, nem pessoas afastadas emocional ou fisicamente da família. Pais assim certamente prejudicariam seus meninos, embora a maior parte dos pais do século XX tenha agido desse modo - como muitos de nós sabemos por experiência própria.
Quando os nossos filhos estão lá pela metade da adolescência, os estágios nos dizem que precisamos buscar ajuda extra na comunidade -papel esse que costumava ser preenchido por parentes, por exemplo, tios e avós, ou pela relação entre mestre e aprendiz. Com muita freqüência, os jovens caem no mundo e não encontram ninguém que os apoiem então, passam a adolescência e o início da idade adulta em um perigoso estágio intermediário. Alguns simplesmente não crescem nunca.
É justo pensar que muitos problemas, especialmente de comportamento dos meninos na escola, acontecem porque não tínhamos conhecimento desses estágios e não oferecemos os componentes humanos adequados na época certa.
Fonte: Veja
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