Veja quais lições podemos extrair da parábola do Filho Pródigo, encontrada em Lucas 15:11-32, que podem nos ajudar a cumprir melhor nosso papel como pais:
1 – Respeito pela liberdade de escolha dos filhos.
“Um certo homem tinha dois filhos; E o mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte dos bens que me pertence. E ele repartiu por eles a fazenda. E, poucos dias depois, o filho mais novo, ajuntando tudo, partiu para uma terra longínqua,(...)” (Lucas 15:11-13).
Não vemos, no relato, o pai ameaçando o filho ou impedindo que ele levasse a sua herança. Não vemos os servos, a mando do seu pai, tentando coagi-lo para que ficasse.
É uma grande e difícil lição para nós. Como pais, temos a responsabilidade de ensinar nossos filhos a andar no caminho da retidão. Devemos ensiná-los que toda escolha tem uma consequência. Jamais devemos, entretanto, impedir que nossos filhos usem o livre-arbítrio que lhes foi concedido pelo Pai Celestial. Podemos negociar, insistir, usar de persuasão, mas jamais obrigá-los a fazer o que desejamos ou impedi-los de tomar suas próprias decisões por meio de força, violência ou constrangimento. Eles precisam aprender a fazer escolhas e arcar com suas consequências, assim como aprendemos com as nossas próprias.
2 – Sentir “íntima compaixão”.
O jovem “desperdiçou os seus bens, vivendo dissolutamente.” (v.13). Ele gastou tudo o que tinha. Chegou ao ponto de não só passar fome, mas desejar comer a comida que era dada aos porcos. Então se lembrou de que os empregados do seu pai tinham comida em abundância, enquanto ele estava naquela situação miserável.
“E, levantando-se, foi para seu pai; e, quando ainda estava longe, viu-o seu pai, e se moveu de íntima compaixão e, correndo, lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou.” (v.20).
Na Wikipédia lemos: “Compaixão pode ser descrito como uma compreensão do estado emocional de outrem; (...) frequentemente combina-se a um desejo de aliviar ou minorar o sofrimento de outro (...) através de ações, na qual uma pessoa agindo com espírito de compaixão busca ajudar aqueles pelos quais se compadece”.
Segundo José Roberto Goldim “Ter compaixão é a virtude de compartilhar o sofrimento do outro. Não significa aprovar suas razões, sejam elas boas ou más.”
Temos muito a aprender com esse grande pai. Ele não virou as costas para seu filho depois que ele cometeu muitos erros. Ele se compadeceu de seus sofrimentos. Estendeu a mão e se dispôs a confortá-lo, apesar de suas más escolhas. Sabia que as consequências tinham sido duras e não aproveitou a oportunidade para tripudiar sobre o seu sofrimento.
3 – Perdoar prontamente.
“Pai, pequei contra o céu e perante ti, e já não sou digno de ser chamado teu filho. Mas o pai disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa; e vesti-lho, e ponde-lhe um anel na mão, e alparcas nos pés; E trazei o bezerro cevado, e matai-o; e comamos, e alegremo-nos; (...).” (v.21-23).
O pai ofereceu seu perdão imediato e não guardou mágoa.
4 – Apegar-se ao que realmente tem valor.
Em momento algum vemos o pai mencionando o dinheiro desperdiçado. O que ele considerava de mais valor era o próprio filho, a sua saúde, seu bem-estar. “Porque este meu filho estava morto, e reviveu, tinha-se perdido, e foi achado.” (v.24).
5 – Confiar na capacidade dos filhos de mudar.
Em vez de se apegar ao passado, o pai olhou para o futuro. Reconheceu o esforço do filho e comemorou seu retorno. Se ele comemorou é porque tinha confiança na capacidade de mudança de seu filho.
6 – Um coração alegre e grato.
“ (...)alegremo-nos.” (v. 23). Em vez de afundar-se em autocomiseração pelo ocorrido, aquele pai cultivou a alegria e incentivou os que estavam à sua volta a fazerem o mesmo.
Muitas pessoas têm dificuldade de recobrar a alegria após uma tribulação. O salmista bem lembrou: “Grandes coisas fez o SENHOR por nós, pelas quais estamos alegres.” (Salmos 126:3).
7 – Compreensão e justiça.
O filho mais velho, enciumado, queixou-se de ter sido sempre um bom filho e nunca terem feito uma festa como aquela para ele. O pai respondeu com amor: “Filho, tu sempre estás comigo, e todas as minhas coisas são tuas; Mas era justo alegrarmo-nos.” (v.31-32).
O pai certamente entendeu o sentimento do filho. Ao contrário do que ele pensava, o pai sempre reconheceu seus esforços. A prova disso é que ele reservara algo muito maior do que uma simples festa. Ele recompensaria o filho pela sua dedicação e obediência com tudo o que tinha.
Somos compreensivos em relação aos sentimentos controversos de nossos filhos? Sabemos recompensá-los com justiça?
Através da parábola do Filho Pródigo, Cristo quis mostrar-nos como Deus (o pai) lida conosco (filhos pródigos) quando tomamos caminhos contrários aos que conduzem à felicidade e segurança eterna. “Digo-vos que assim haverá alegria no céu por um pecador que se arrepende, mais do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento.” (Lucas 15:7).
Ainda assim, podemos aprender como sermos melhores pais, lidando sabiamente com filhos rebeldes, nutrindo bons sentimentos e tendo atitudes acertadas quando nos depararmos com situações inesperadas.
familia.com
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